Os balneários possuem características muito peculiares quando comparados com outras áreas de ocupação
urbana. Dentre estas peculiaridades destaca-se a sazonalidade das atividades turísticas e como conseqüência
a considerável flutuação populacional.
Idealmente a infra-estrutura dos serviços de saneamento e saúde pública de um balneário deveria ser capaz
de absorver os impactos decorrentes destes aumentos populacionais transitórios, sem comprometer a
qualidade ambiental e a da saúde das populações envolvidas.
A realidade observada nos balneários brasileiros é basicamente diferente daquela que seria ideal. O grande
aumento observado nos últimos anos das atividades turísticas associado à acelerada expansão imobiliária nas
áreas afetadas, conduziu a situações bastante precárias em termos de desenvolvimento urbano, de saúde
pública e da proteção meio ambiente.
Esta realidade dos balneários brasileiros motivou o presente trabalho, que procura abordar estas questões a
partir da realidade encontrada no município de Armação de Búzios, no litoral norte do Estado do Rio de
Janeiro.
A flutuação de população dificulta, ou mesmo, inviabiliza, a utilização de métodos convencionais de
tratamento (biológicos) que requerem uma relativa equalização das vazões afluentes às estações de
tratamento. O processo eletrolítico com uma estrutura modular permite a flexibilidade operacional que vai ao
encontro destas características de sazonalidade dos balneários.
O programa experimental realizado com amostras típicas dos esgotos de Armação dos Búzios tratadas em
laboratório pelo processo eletrolítico produziu resultados que indicam ser este processo uma alternativa
viável para o tratamento de esgotos nos balneários. Foram obtidas eficiências de redução de DBO acima de
85%, da DQO acima de 90% e do fósforo sempre superiores a 85%.
As reduzidas áreas necessárias possibilitam as instalações das ETE’s próximas à vizinhança e dos postos
geradores de esgoto, com baixos custos para a implantação de redes coletoras de esgotos, ou seja, reduzindo
significativamente os custos de todo o sistema de esgotamento sanitário.